Esta curta epístola, porém de linguagem
enérgica, foi escrita contra os falsos mestres, que eram abertamente contra a
doutrina da santificação e que zombando, rejeitavam a revelação divina a
respeito da Pessoa e da natureza de Jesus Cristo, segundo as Escrituras (Jd 4).
Dessa maneira, dividiam as igrejas, concernente a fé (Jd 19 a, 22) e quanto à conduta
(Jd 4,8,16). Judas descreve esses homens vis como “ímpios” (Jd 15), que “não têm o Espírito” (Jd 19).
O possível relacionamento entre Judas e
II Pedro 2.1-3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas
tinha conhecimento de II Pedro (Jd 17,18) e, daí, sua epístola se situaria posteriormente,
isto é, entre 70-80 d.C. Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem
ter sido os mesmos de II Pedro.
Propósito:
Judas escreveu esta carta, para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruidora nas igrejas;
e para conclamar todos os verdadeiros
crentes a resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”
(Jd 3).
Visão
panorâmica: Seguindo-se à saudação (Jd 1,2), o
autor revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (Jd 3a). Todavia,
em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa
dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus e, ao
agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (Jd 4). Judas
os acusa de impureza sexual (Jd 4,8,16,18),
liberais como Caim (Jd 11), cobiçosos
como Balaão (Jd 11), rebeldes como
Coré (Jd 11), arrogantes (Jd 8,16), enganosos (Jd 4 a ,12), sensuais (Jd 19) e causadores de divisões (Jd 19). Afirma a certeza do
julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato
com seis exemplos do Antigo Testamento (Jd 5-11). Os doze fatos descritivos da
vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o julgamento
divino (Jd 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão
com temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (Jd 20-23). Judas
termina com palavras de louvor a Deus, de grande inspiração, ao impetrar a sua
bênção (Jd 24,25).
Características
especiais: Quatro características principais estão nesta epístola:
1. Contém a incriminação mais vigorosa e direta do Novo Testamento sobre os falsos mestres. Chama a atenção de
todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa;
2. Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, três exemplos de
julgamento tirados do Antigo Testamento (Jd 5-7), uma descrição tríplice dos falsos
mestres (Jd 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do Antigo Testamento
(Jd 11);
3. Sob a plena influência do Espírito
Santo, Judas fez menção de vários escritos:
a) As Escrituras do Antigo Testamento
(Jd 5-7,11); b) As tradições judaicas (Jd 9,14,15); c) Citando diretamente II Pedro
3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (Jd 17,18).
4. Contém a bênção mais sublime do Novo
Testamento.