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terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Epístola aos Hebreus (Aula do dia 03/09/2013)



É uma epístola que está localizada após as epístolas paulinas e antes das chamadas gerais.A epístola foi apresentada no estilo clássico retórico grego e possui uma das formas mais desenvolvida e bem trabalhada do grego no Novo Testamento. A epístola é única, em parte porque está repleta de questões peculiares que se encerram em si mesma. Mas, ainda assim, ela possui uma profunda visão teológica a respeito da salvação em Cristo Jesus. E isto é pregado por meio de uma argumentação do tipo rabínica, através das instituições do Antigo Testamento a respeito da salvação de Deus.
A Autoria: em relação à autoria da epístola existem diversas hipóteses a este respeito, contudo, ela permanece anônima, pois todas as possibilidades possuem argumentos positivos, mas também negativos. Vejamos as principais teorias que foram formadas ao longo dos séculos.

Paulo: dos argumentos positivos pode-se destacar que:
a) A amizade com Timóteo Hb 13. 23.
b) Talvez a solicitação de Paulo a respeito da vinda de Marcos dizendo que seria útil ao ministério (II Tm 4. 11), seja para que ele o ajudasse em sua redação final da epístola aos hebreus.
c) Em seus dois últimos anos de vida Paulo se voltou para os judeus (I Co 9. 20-22).
Já das questões negativas podemos afirmar:
a) O método polido da epístola, se esforçando para expressar bem cada frase definitivamente não está contido nos escritos paulinos.
b) A oratória de origem Alexandrina cheia de alegorias do tipo que surgiu nesta cidade egípcia.
c) O uso exclusivo da septuaginta.
d) A maneira de apresentar as citações do Antigo Testamento e as argumentações e ensinos.
e) E, por fim, a relutância perceptível de não se identificar na carta são características marcadamente não paulinas.
f) Além disso, talvez a afirmação mais decisiva seja a de que o próprio autor se colocou entre os cristãos da segunda geração ao dizer que a “foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram”. Enquanto o apóstolo repetidas vezes afirmou que recebeu sua revelação do próprio Jesus Cristo (Gl 1. 11,12) e não de testemunhas oculares.

Estevão: as qualificações positivas:
a) O discurso de Estevão registrado por Lucas no livro de Atos assemelha-se muito com a epístola aos hebreus. A revisão da história dos judeus, a chamada de Abraão, o tabernáculo, a idéia da Palavra Viva e outros assuntos, com certeza são fortes argumentos a defender a autoria de Estevão.
No entanto, também há questões que nos fazem desacreditar de tal autoria.
a) Aparentemente, o tempo de ministério de Estevão foi bastante resumido. Logo, podemos imaginar se realmente uma carta tão sublime foi escrita antes mesmo que os apóstolos Pedro e João tivessem tempo de influenciar de forma marcante aos demais cristãos, através de seus escritos? Dificilmente poderíamos acreditar em tal fato. Pois, ao afirmarmos que Estevão foi o autor, estamos automaticamente afirmando que a carta foi a primeira a ser escrita, o que logicamente derruba a tradição já bem aceita de que Gálatas foi a primeira.

 Apolo: Os pontos positivos (At 18. 24-28) são:
a) Apolo era judeu de Alexandria e provavelmente o autor de Hebreus também.
b) Ele era um homem de rara eloqüência, bem como o autor da carta.
c) Persuasivo em convencer os judeus que Jesus era o Cristo.
 As questões negativas:
a) Seu nome está visivelmente ausente no passado como escritor, esta, se é que ele é o autor, parece ter sido sua única obra literária.
b) Nenhuma tradição antiga cogita a autoria de Apolo, e parece difícil imaginar que a igreja em Alexandria cometeria tal descaso com um conterrâneo seu.
c) Além disso, Tiago, Pedro, e João eram considerados colunas da igreja de Jerusalém, portanto, mais indicados para escrever uma carta aos judeus.

Barnabé: os argumentos a favor de sua autoria são:
a) Desde bem cedo, a tradição nomeou-o como possível autor.
b) Era Levita, um fato que contribuiria para o conhecimento de todo o sistema sacerdotal do Antigo Testamento.
 Pontos negativos:
a) Assim como Paulo, Barnabé não foi um crente da segunda geração que era o caso do autor e Hebreus (Hb 2. 3).
b) Não há nenhuma evidência de que ele tenha sido influenciado pelo treinamento teológico alexandrino.

 Silvano: Ele, sem dúvida está entre as mais modernas conjecturas sobre a autoria da epístola. Este é o mesmo Silas que acompanhou Paulo em sua segunda viagem missionária e outros projetos. Os estudiosos que defendem esta possibilidade alegam que Silas, tendo vivido em Jerusalém, estava a par de todas as questões do culto judeu.

 Data: Uma data no primeiro século pode ser considerada altamente viável, por no mínimo três questões. 1 – O uso extensivo por Clemente de Roma (95 d.C.); 2 – O testemunho de seu autor de que ele e seus contemporâneos ouviram o evangelho daqueles que foram testemunhas oculares do ministério de Jesus. E, 3 – A referência à libertação de Timóteo em 13. 23, ao que nos parece este Timóteo é o companheiro de Paulo.
Além disso, a ausência total de uma referência a respeito do fim do sistema sacrificial judaico, nos conduz a pensar que a carta foi escrita antes do ano 70 d.C. Uma vez que, o autor escreve como se esse ainda fosse um assunto atual e a ser transposto pelos judeus, jamais deixaria de mencionar algo tão importante como a destruição do templo. Diversas passagens em Hebreus permitem a contextualização da mesma próximo aos anos de 66-70 d.C., quando ocorreu a guerra judaica com Roma.

 Propósito e Mensagem: O próprio autor se refere a sua carta como uma “palavra de exortação”. Mas, que exortação é esta? Mostrar aos crentes judeus a superioridade de Cristo, em relação ao Antigo Concerto.
Nos capítulos 1-4 o autor enfatiza que Jesus é superior em sua pessoa, superior aos anjos, superior a Moisés, a Josué, ao sábado e aos sacerdotes do Antigo Testamento. Dos capítulos 5-10 ele relembra aos cristãos judeus que Cristo é superior como nosso sacerdote. Dos capítulos 11-13, que Cristo abriu um caminho melhor para chegarmos a Deus

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