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sábado, 28 de setembro de 2013

Apocalipse


Correntes Interpretativas: Não poucos têm buscado transformar o Apocalipse em um livro de adivinhações e misticismos.
Historicista: Desde sempre alguns mais exaltados em sua geração se valeram das profecias contidas nesse livro, para de alguma forma poder antever os acontecimentos pertencentes ao seu próprio cotidiano ou mesmo de forma mais ampla associando aos eventos relacionados à humanidade. E este tipo de interpretação é muito usada entre os que têm uma visão apenas histórica do livro. Estes indivíduos vêm comparando o Apocalipse com a história da Igreja desde o primeiro século, para realçar coisas como o aparecimento do papado e as invasões muçulmanas.
Desta forma, não entendem que a Grande Tribulação não acontecerá no final dos tempos, pois “soltaram” os eventos do livro no passar da história da Igreja. Assim, cada geração de eruditos vem retrabalhando a interpretação do Apocalipse, numa tentativa de encaixar as profecias em suas respectivas épocas.
Preterista: Existem outros intérpretes que encaram Apocalipse como preterista, e relacionam suas profecias com os eventos registrados no final do primeiro século, tendo-se Roma e seus imperadores mais destacados como contexto histórico. Ou seja, os preteristas acreditam que a maior parte do livro de Apocalipse cumpriu-se imediatamente ao período que se seguiu de sua escrita, ou mesmo simultaneamente a ele. Todavia, diga-se, que a associação entre textos e eventos realizada pelos preteristas é muito subjetivo e precário.
Idealista: Há também intérpretes que rejeitam a tentativa de se identificar os eventos do livro com as fontes históricas. Esses preferem uma visão idealística do Apocalipse. Entendem que os símbolos e figuras são somente representantes da disputa progressiva entre o bem e o mal, com uma única literal verdade, a saber, a certeza do triunfo derradeiro da justiça. Eles não creem no cumprimento literal de nenhum evento do livro. Contudo, ainda que, sim, haja muitos eventos simbólicos e outras tantas figuras e símbolos que descrevem outros eventos, são estes acontecimentos reais. O Anticristo é chamado de a besta, mas será uma pessoa real, e cumprirá as predições feitas sobre ele noutras profecias, tais como II Ts 2.3-12, onde se diz que Cristo virá pessoalmente trazer o triunfo final.
Futurista: A maioria dos pentecostais e fundamentalistas têm uma visão futurista do livro. Sob esta visão, tudo, ou quase tudo que é descrito após o capítulo quatro, acontecerá literalmente em um curto período de tempo (sete anos) após o término da dispensação da Igreja (Graça). Será um tempo de tribulação, ira e julgamento, que terá o seu clímax com o retorno de Jesus em glória para destruir o exército do Anticristo, e estabelecer seu reino milenial.
Encontramos este período de sete anos nas Setenta Semanas de Daniel 9.27. Intérpretes há que digam ser esse tempo, ao menos de forma mais explícita, apenas os últimos três anos e meio desses sete anos. Período este chamado também de a Grande Tribulação. Logo, quando os futuristas se referem a Tribulação, ou da Grande Tribulação, não estão se referindo às tribulações comuns, sofrimentos e pressões, que são parte do viver diário da história da Igreja neste presente século. Durante a Grande Tribulação, é bom que se diga, será o próprio Deus quem trará a ira e o julgamento sobre o mundo que rejeita a Cristo. A perspectiva de um curto período de tribulação ao findar a presente era, é sustentada por todos os futuristas, sendo eles ou não dispensacionalistas.
Os futuristas igualmente cometeram deslizes ao divulgar suas interpretações do Apocalipse. De forma semelhante a dos historicistas, alguns vêm estabelecendo datas para acontecimentos futuros, ou buscando descobrir qual será o próximo evento, ou identificar quem será o Anticristo com sistemas e indivíduos. Ainda assim, diga-se de passagem, que, os futuristas possuem mais seriedade com a realidade do julgamento e a certeza da segunda vinda de Cristo do que os demais grupos. A visão futurista, de acordo com a opinião deste que vos escreve, é a que melhor se encaixa nas profecias do Antigo Testamento; é também a que possui menor quantidade de problemas de interpretação.
Além das categorias supracitadas, existe também a divisão dos grupos interpretativos em relação a sua visão a respeito do milênio (os mil anos mencionados repetidamente no capítulo 20). Cite-se que a forma como se interpreta o milênio afetará a perspectiva total em relação ao livro de Apocalipse. Vejamos as principais correntes interpretativas concernentes a essa questão.
O amilenismo acredita que não haverá milênio, pelo menos no que tange a terra. Parte de seus proponentes afirma que o Apocalipse é simbólico, por isso, não há sentido algum em se buscar nele um milênio literal. Outros veem os mil anos como uma realização a cumprir-se no céu. Entendem o número "mil" como um ideal; um período indefinido. Então, aguardam que o atual período da Igreja encerre com a ressurreição e julgamento geral, tanto do justo como do ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no novo céu e na nova terra.
Grande parte dos amilenistas consideram Agostinho (o bispo de Hipona, no Norte da África, 396-430 d.C.) um dos principais promotores do amilenismo. E assim Como Agostinho, se apropriam das profecias do Antigo Testamento concernentes a Israel, e as espiritualizam, aplicando-as à Igreja. Mas vejamos o exemplo de Ezequiel 36. Neste trecho, Deus promete restaurar Israel por causa do seu santo nome, embora o hajam profanado. Todavia, esse texto refere-se à nação de Israel. Este sistema, além de espiritualizar além de limites aceitáveis, não deixa espaço nem para a restauração de Israel (como explicam a ascensão do mesmo desde 1948?) nem para o reinado de Cristo sobre a terra (forçando novamente a espiritualizar o texto, mas desta vez, Apocalipse 20). Reinado este, diga-se de passagem, explicitamente profetizado no Antigo, assim como, no Novo Testamento.
O pós-milenismo, outra corrente, começou a espalhar-se a partir do século XVIII. Seus proponentes entendem o Milênio como uma extensão do período atual da Igreja. Afirmam que o Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, a Igreja então, assumirá o controle dos reinos seculares. Após isto acontecerá à ressurreição e o julgamento geral tanto do justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra. O pós-milenismo, semelhantemente ao amilenismo, espiritualiza as profecias da Bíblia, excluindo à restauração de Israel ou ao reinado literal de Cristo sobre a terra durante o Milênio. Menospreza o fato de que os profetas do Antigo Testamento (e o próprio Cristo) mostraram que o Reino será introduzido através de um julgamento. A estátua de Daniel dois, por exemplo, para os tais, diz respeito ao sistema mundial atual. Mas, não percebem os pós-milenistas que a rocha que representa o Reino de Deus, não transforma a estátua, e, sim, destrói-a por completo. E apenas quando se concretizar essa profecia é que o Reino de Deus encherá a terra.
Já o pré-milenismo interpreta as profecias do Antigo e do Novo Testamento de maneira tão literal quanto possível, observando, acertadamente, se o contexto o permite. Para tais intérpretes a forma mais simples de se entender estas profecias é colocando o retorno de Cristo, a ressurreição dos salvos e o Tribunal de Cristo antes do Milênio. Após este, Satanás será momentaneamente solto para enganar as nações, mas será logo depois derrotado, para assim permanecer eternamente. Depois disso, acontece o julgamento do Grande Trono Branco, que sentenciará o restante dos mortos. Somente então, teremos o reino eterno no novo céu e na nova terra.
Em relação à interpretação do livro de Apocalipse como um todo, muitos pré-milenistas no século XIX eram historicistas. No entanto, a considerável maioria dos pré-milenistas, atualmente, é futurista.

Propósito:

Uma última chamada aos não cristãos: A finalidade do livro é conceder ao mundo uma última declaração divina de que Jesus é o Filho de Deus e que há de triunfar sobre todo inimigo e será o Governador do Universo durante a eternidade. O Apocalipse faz o último convite escrito por “Inspiração Divina”, conclamando aos pecadores a serem reconciliados com Deus por meio da fé em Jesus Cristo. A advertência é feita às nações e seus reis muito antes da revelação final ser escrita: "Beijai o Filho" (Sl 2.10-12). Todavia, aqui se reveste de um novo vigor, pois o Filho já ressuscitou, “recebeu” todo o poder e está prestes a voltar. Ainda neste convite de graça (Ap 22.17), existe também o aviso da mais voraz e irrevogável sentença: "Quanto, porém, aos covardes, incrédulos, abomináveis, assassinos, impuros, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Ap 21.8). A escolha será: "Venha... receba de graça" (Ap 22.17) ou "será lançado para dentro do lago de fogo" (Ap 20.15). Na presença de Cristo não entra nenhuma coisa imunda, ou seja, é preciso lavar nossas vestes no sangue do Cordeiro (Ap 22.14; 12.11; 7.9-17).
Aos crentes, esta profecia tem um propósito duplo de admoestação e de alento. Repreende e anima, esquadrinha e exorta. Incentivando e estimulando a serem santos e ativos diante de Deus, gratos pela salvação e a bem-aventurada esperança. Não apoia a ideia errônea de que a salvação eterna das almas é determinada pelas obras feitas pelo indivíduo (pelagianismo). A sua relação com o Cordeiro de Deus é indispensável. A forma de doutrinar os cristãos é por meio de juízos diretos descritos nas cartas as sete igrejas da Ásia; o Senhor Jesus Cristo elogiando ou reprovando, os ensinamentos proféticos do futuro, findando com a descrição do Juízo Final e visão da Cidade Eterna, a Nova Jerusalém, com seu divino Rei. É fato que cada uma das partes do livro, encontra uma aplicação para o cristão atual, assim como, cada trecho da Escritura. Através de uma acurada observação das falas do Mestre, ora repreendendo, ora incentivando, podemos descobrir o que deseja Ele que façamos.
Como deve o crente tornar-se para agradar seu Senhor: O livro demonstra qual será o papel dos crentes atuais nos eventos finais, a saber, estarão plenamente remidos, por essa razão, fazemo-nos mais sábios aprendendo a dar a glória devida a Cristo, ainda que de alguma forma ainda não usufruamos na totalidade dessa revelação, podemos ter a certeza de que irá ocorrer. Se durante essa vida pudermos nos conduzir com a consciência desperta de que o Senhor nos acompanha em cada uma das realizações que efetuamos, então, e somente assim, teremos aprendido como é viver nessa nova cidade prometida no Apocalipse onde não há necessidade de sol, lua ou lâmpada, pois a glória de Deus a ilumina (Ap 21.23). O Cristo, Juiz do capítulo 1, é o Cordeiro iluminador do capítulo 21. Outra forma que este último livro da Bíblia ajuda o cristão é revelando detalhes sobre o futuro. Apresenta um panorama ou perspectiva dos eventos do fim da História que, de outro modo, o ninguém teria. Ainda que o livro faça uso de uma linguagem figurada e de símbolos, que em sua maioria são ou serão explicados ainda aqui nesta vida mesmo e nas Escrituras Sagradas. Uma questão de importância inigualável é que Jesus Cristo é o Vencedor, vencerá todos os inimigos e levará o plano divino a cabo de maneira triunfante.
Expandir e explicar assuntos já tratados por João: Enquanto que no Evangelho de João 14.1-3 diz que o Salvador prometeu aos Seus voltar para levá-los, a estarem com Ele no lugar que Ele mesmo prepararia e exortou-lhes ter nEle a mesma fé que tinham em Deus. Nos últimos capítulos do Apocalipse, lemos sobre este lugar que o Redentor está preparando para os Seus. João também disse que ainda não se manifestou o que nós, filhos de Deus, havemos de ser, mas sabemos que quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é (I Jo 3.2). No Apocalipse, todavia, percebemos a maneira como Cristo há de manifestar em forma visível e gloriosa. Há diversas outras declarações no Evangelho de João a respeito do futuro e que no Apocalipse visam ser ampliadas ou explicadas. Por exemplo: João 3.16 fala da maneira de receber a vida eterna, e não perecer. Porém, no Apocalipse está registrada a explicação a respeito dessa salvação e perdição. João 11.25-26 ensina o mesmo acerca da ressurreição ou do arrebatamento, Paulo em I Tessalonicenses 4 e 5 confirma, e está de acordo com este último livro profético, isto é, que só os crentes terão parte na felicidade eterna. Também Cristo mencionou a Sua volta em João 14.28. Veja-se João 6.40,44,54.
O Juízo divino vindouro: Como não poderia deixar de ser, a perspectiva mais ampla sobre o futuro, que também foi mencionado no Quarto Evangelho, que ocupa a maior parte do Apocalipse é o juízo exercido por Jesus Cristo. Se quando de sua vinda a terra, o Mestre não viera para condenar, e, sim, para salvar o mundo (3.17), agora da perspectiva do Apocalipse, Jesus está entronizado e julgando os habitantes do mundo. Se em seu primeiro sermão que proferido na sinagoga de Nazaré, o Mestre havia dito que tinha vindo para "apregoar o ano aceitável do Senhor" citando Isaías 61.2 (Lc 4.19). Agora no Apocalipse notar-se-á que chegou o tempo a que se refere o resto de Isaías 61.2 "o dia da vingança do nosso Deus". Em Amós 5.18-20 diz "Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Trevas será e não luz". Veja também Sofonias 1. 14; 2.2.
Nos capítulos 2 e 3 do Apocalipse o juízo começa com a casa de Deus (I Pe 4.17-18). Mas, de Apocalipse 6.1 até 19.21 lemos sobre um juízo direcionado aos que não creram em Jesus, castigos, pragas, dores, pestilências, entre outros, cada vez mais severos, até que os homens busquem a morte, mas esta se distancia deles. Além disto, virá após o reino milenar, o tempo do juízo final, Cristo assentado sobre o Grande Trono Branco, todo o mundo diante dEle, para o juízo definitivo. Por esta razão o Apocalipse é chamado de livro de juízo, de vingança, de terror. Embora que alguns não vejam nele mais que castigos e pragas e tenham a ideia que Deus dará um fim à história humana, através de grandes penas. O evento descrito no capítulo 19 mostra os santos e os seres celestiais alegres ao ver o julgamento da grande prostituta dizendo: “Aleluia... Verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou...”.
Este livro dá ao mundo a mensagem divina de que o fim de todas as coisas se aproxima. As condições atuais não continuarão sempre assim. A paciência de Deus não durará eternamente. O dia do juízo é inevitável. O diabo e os seus perderão a batalha e sofrerão eterna perdição. Jesus Cristo gozará a vitória que obteve na cruz e com os Seus reinará eternamente.
  
Esboço:
I. As cartas às sete igrejas da Ásia. 1.9 – 3.22.
II. O livro com os sete selos e os acontecimentos terrenos que ele anuncia. 4.1 – 6.17.
III. Os juízos anunciados pelas sete trombetas. 7.1 – 9.21.
IV. A hora mais negra da história universal. 10.1 – 13.18.
V. As sete taças do juízo. 14.1 – 16.21.
VI. Babilônia e Armagedom. 17.1 – 19.21.
VII. O Milênio; o Juízo Final; a Nova Jerusalém e a Eternidade. 20.1 – 22.5.

Teologia do Apocalipse: Falar a respeito de todos os temas do livro não é trabalho para menos do que um livro, por isso, elencaremos três assuntos largamente tratados.

O problema do mal: No livro de Apocalipse se percebe o que acontecia nos bastidores enquanto o crente enfrentava sofrimentos nessa vida. Todavia, para que não se caia no erro de supervalorizar ou menosprezar a participação satânica nos eventos concernentes aos crentes, se devem considerar duas questões importantes. Em primeiro lugar a Soberania divina, que significa que nada, nem mesmo a operação satânica, foge ao controle de Deus. E, em segundo lugar, a Liberdade humana (livre-arbítrio para os arminianos; livre-agência para os calvinistas), liberdade pressupõe poder ou não realizar determinada ação e com isso, sofrer as consequências da mesma. Desde sempre, os intérpretes reconheceram a tensão bíblica entre ambas as verdades, somente em tempos muito modernos que se desenvolveu a concepção determinista, não sendo, por exemplo, defendida pelos reformadores do século XVI.
Mas, o que antes do período da Grande Tribulação é tido apenas como uma verdade teórica, no livro do Apocalipse se mostra abertamente a resistência satânica contra tudo o que provenha de Deus (Ap 12.11) na luta do Dragão contra a mulher (ainda que a mulher do ponto de vista dispensacionalistas represente Israel, serve como figura para a Igreja também).

A visitação da ira: É no livro de Apocalipse que temos a descrição mais apurada do fato de que Deus antecipará sua Ira eterna e vindoura em eventos simbólicos descritos como selos, trombetas e taças.
Três fatores devem ser destacados ao falar da Ira de Deus explanado no Apocalipse.
Primeiro, as dores são dirigidas contra os homens que traziam o sinal da besta e adoravam sua imagem (16.2).
Segundo, as pragas tem um propósito misericordioso (9.20; 16.9,11).
Terceiro, há um grupo selado que está protegido dessas pragas e que não sofre a ira de Deus, a saber, os doze mil de cada uma das doze tribos de Israel (7.1-8).

A vinda do Reino: A vinda do Reino de Deus é mostrada de duas formas, a destruição do mal e a bênção da vida eterna. 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Epístola de Judas


Esta curta epístola, porém de linguagem enérgica, foi escrita contra os falsos mestres, que eram abertamente contra a doutrina da santificação e que zombando, rejeitavam a revelação divina a respeito da Pessoa e da natureza de Jesus Cristo, segundo as Escrituras (Jd 4). Dessa maneira, dividiam as igrejas, concernente a (Jd 19 a, 22) e quanto à conduta (Jd 4,8,16). Judas descreve esses homens vis como “ímpios” (Jd 15), que “não têm o Espírito” (Jd 19).
O possível relacionamento entre Judas e II Pedro 2.1-3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas tinha conhecimento de II Pedro (Jd 17,18) e, daí, sua epístola se situaria posteriormente, isto é, entre 70-80 d.C. Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem ter sido os mesmos de II Pedro.

Propósito: Judas escreveu esta carta, para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruidora nas igrejas; e para conclamar todos os verdadeiros crentes a resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3).

Visão panorâmica: Seguindo-se à saudação (Jd 1,2), o autor revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (Jd 3a). Todavia, em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus e, ao agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (Jd 4). Judas os acusa de impureza sexual (Jd 4,8,16,18), liberais como Caim (Jd 11), cobiçosos como Balaão (Jd 11), rebeldes como Coré (Jd 11), arrogantes (Jd 8,16), enganosos (Jd 4 a ,12), sensuais (Jd 19) e causadores de divisões (Jd 19). Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato com seis exemplos do Antigo Testamento (Jd 5-11). Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o julgamento divino (Jd 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (Jd 20-23). Judas termina com palavras de louvor a Deus, de grande inspiração, ao impetrar a sua bênção (Jd 24,25).

Características especiais: Quatro características principais estão nesta epístola:
1. Contém a incriminação mais vigorosa e direta do Novo Testamento sobre os falsos mestres. Chama a atenção de todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa;
2. Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, três exemplos de julgamento tirados do Antigo Testamento (Jd 5-7), uma descrição tríplice dos falsos mestres (Jd 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do Antigo Testamento (Jd 11);
3. Sob a plena influência do Espírito Santo, Judas fez menção de vários escritos:
a) As Escrituras do Antigo Testamento (Jd 5-7,11); b) As tradições judaicas (Jd 9,14,15); c) Citando diretamente II Pedro 3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (Jd 17,18).

4. Contém a bênção mais sublime do Novo Testamento.